5 de mar. de 2022

SÓ EU POSSO DEFINIR MEU FUTURO!

Oi, amores! Tudo bem? Então, olha eu aqui novamente e hoje o assunto ficará sério, bem sério. Vamos fazer um passeio pela minha infância e já aviso que não será uma história bonitinha, mas a realidade. Estão preparadas?

Eu cresci numa família grande, daquelas tradicionais com pai, mãe, filhos, primos, aquela "normal". No entanto, minha mãe, quando eu nasci, era mãe solo. Ela foi amasiada com meu pai biológico, mas fugiu dele quando estava no final da minha gestação. Isso mesmo, ela fugiu para que eu pudesse sobreviver. Antes de mim, ela teve outra gravidez, mas perdeu a criança porque apanhava muito quando estava gestante, levando muitos chutes na barriga, o que causou um aborto nada espontâneo. Por isso, ela inventou uma história sobre doença na família e a necessidade de ter que voltar em casa - voltar, porque ele a tinha levado para outra cidade, bem longe dos olhos dos irmãos e da mãe - e, assim, passando fome e necessidades durante uma viagem de 3 dias, ela voltou para o colo da mãe, minha amada avó. Meu avô morreu quando minha mãe era criança.

Pelo fato de eu ser filha de uma mãe solteira, meus tios acreditavam que podiam mandar em mim, fazer o que quisessem, já que eu não tinha um "pai" para me educar. Então, passei por muita coisa, principalmente quando eles ficavam bêbados. Várias vezes tive que fugir durante a noite para não levar uma surra, do nada, só porque eu não queria beber também. Eu, uma criança de 5/6 anos tendo que fugir de casa e se esconder no quintal dos vizinhos, para não me entregar ao vício dos irmãos da minha mãe. E ela, coitada, tremia de medo deles, porque se falasse algo, eles batiam nela.

Retomando, quando eu tinha 2 anos, minha mãe se casou. Sim, ganhei um padrasto e sim, acreditei que teria um pai. Acho que por algum tempo ele foi meu pai mesmo, mas depois que meus dois irmãos nasceram, eu perdi o posto de filha. Eu apanhava dele por qualquer coisa: se meu irmão caísse e se machucasse, se ele chorasse quando estava assistindo ao jornal e por outras coisas bobas também.

Passei pelas situações mais atípicas para uma criança/adolescente, como acordar com a blusa aberta e um primo em cima de mim, não conseguir tomar um banho sem que alguém vigiasse para não ter o banheiro invadido, ser molestada, agredida, ameaçada, torturada psicologicamente dentre muitos outros acontecimentos. Minha mãe tentava cuidar de mim, mas ela tinha tanto medo e sofria tanto pressão, que não consigo culpá-la por tudo o que passei. Ela já tinha os traumas dela.

Sabe o melhor de tudo isso que passei, se é que se pode olhar como algo positivo, eu não me deixei abalar, não me entreguei aos medos e traumas comuns para quem passou pela metade do que passei. Pelo contrário, usei todas as experiências como força para seguir minha vida, construir um futuro melhor para mim e, se fosse o caso, meus futuros filhos. Eu estudei, estudei muito, fiz mais de uma graduação, assim como mais de uma pós/especialização. E isso me deu muitas possibilidades, várias áreas de atuação para construir minha carreira profissional.

Eu não me defini pelo o que passei, não me tornei o que diziam que eu seria, não deixei de sonhar e correr atrás de um futuro diferente e bem longe da realidade que (sobre)vivi. Eu venci! Venci meus medos, traumas, dores e cada situação que poderia ter destruído e apagado quem sou. Então, se você passou por qualquer uma das situações que descrevi, não deixe isso te definir, não deixe que isso defina seu futuro e quem você é. Lute, sonhe, permita-se ser quem quiser, quem desejar ser. 

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